Esta foi uma semana em que aconteceu de tudo...
Treino de terça-feira correu normalmente, tentar trabalhar a equipa para vencer em Fiães e manter viva a esperança de ver o adversário tropeçar.
Quarta-feira, chegados para treinar "não há treino", a equipa sénior tinha marcado um amigável e devido à chuva intensa transferiu-o para o pelado... lógico que quem tinha treino marcado ficou de fora. Quando ia a sair fui chamado pelos directores do escalão, conversa aqui e ali, resultados, situação do plantel etc e tal, marcou-se uma reunião para o dia seguinte.
Quinta-Feira reunião, resultados, situação do plantel etc e tal, a direcção achou por bem seguir pela via da rescisão do vinculo com treinadores. Fui convidado a continuar no clube, não falado na reunião, fiquei de pensar e dizer algo posteriormente.
Já agora, não nos tocou novamente mas voltou acontecer ocuparem o espaço de treino e desalojarem os seus habituais ocupantes, desta vez nem sequer foram equipas do próprio clube a faze-lo...
Sexta-Feira após telefonemas pessoais, resolvo aceitar o convite e (re)assumir o vinculo ao clube.
Treino, inicio atribulado (iluminação desligada, falta de material, "conversa" com jogadores...) 30 minutos depois da hora prevista. O treino propriamente dito correu razoavelmente bem.
A minha opinião muito pessoal
Correndo o risco de me expor demasiado até porque acabei "beneficiado" e com o devido respeito por quem tem de decidir, julgo que a decisão de rescindir com mister Fonseca foi extemporânea e talvez mal gerida. A existir descontentamento, seja ele de atletas, pais, directores ou de outra ordem, penso que se deveriam ter discutido os assuntos em tempo útil. É sempre mais fácil encontrar uma solução no inicio do problema (seja ele qual for) que tentar remendar algo que já não tem grande solução.
Problemas:
Resultados - Agora não há muito a fazer, ainda temos esperança mas não dependemos exclusivamente de nós...
Relação atletas vs treinadores - A ser problema, haveria que discutir abertamente e em privado (no balneário). Por parte dos treinadores sempre se deu aos atletas autonomia para dizerem o que pensam, chagou-se ao ponto de dizer que "se formos o problema, fica resolvido já hoje". Acredito que como jovens que são não tivessem a "coragem" individualmente de enfrentar alguém que lhes daria (ou não) a possibilidade de jogar futebol ao domingo, para isso existem os capitães com os quais até se foram tendo conversas sobre os assuntos que surgiam.
Relação "Equipa A" vs "Equipa B" - A verdade é que os treinadores têm de ter autonomia para gerir o plantel da forma que melhor entenderem, a menos que a própria direcção imponha "regras" que o treinador aceitará, ou não, na altura do vinculo ao clube. Como treinador da "Equipa B" sempre vi como prioridade a "Equipa A", afinal é a única que tem algo a discutir em termos de classificação e objectivos concretos para a época, é também a equipa que todos os jogadores têm por objectivo representar. Não vejo drama nenhum nisso, não "abandono" os jogadores á sua sorte e, até mais importante, os jogadores sabem com o que contam. Apesar de tudo (e modéstia à parte) julgo que a "Equipa B" tem tido um bom comportamento nos seus jogos.
A "Equipa B" deverá ser uma equipa de apoio e preparação para que os jogadores estejam o mais preparado possível para ingressar na "Equipa A", métodos de jogo e treino, exigências de comportamento dentro e fora do campo, em modelo de jogo e bolas paradas, tudo, obviamente, adaptado ás suas possibilidades. Da minha parte foi isso que tentei incutir ao aceitar a responsabilidade da "Equipa B".
Pessoalmente não sou adepto do "jogam todos" pela simples razão que para jogarem todos se terão de promover alterações que podem prejudicar o desempenho da equipa. Sou da opinião do "jogam todos os que trabalham bem e que a sua contribuição na situação concreta é útil à equipa". Comigo jogaram todos, já todos foram titulares e também já aconteceu ter 3 suplentes e efectuar apenas 2 substituições...
Julgo que isso é proteger a equipa, que não se vê desequilibrada porque temos, por ex, 3 jogadores idênticos no banco e é necessário retirar alguém, que até poderá estar a ter um bom desempenho, por ser "obrigado" a efectuar substituições. Estou também a proteger o próprio jogador, primeiro porque sabe que jogará por mérito e porque trabalha, segundo porque a sua inclusão no jogo, na eventualidade de correr mal, é da exclusiva responsabilidade do treinador que o colocou em campo conscientemente e não apenas porque "tinha de ser". Saímos todos a ganhar e estamos a formar "jogadores" em vez de ter apenas miúdos a "jogar à bola".
Relação pais vs treinadores vs direcção - Como treinador e pai vivo os 2 lados, por isso talvez tenha ideias um pouco menos extremadas. Percebo que é complicado quando nos "toca no sangue", comigo é igual na equipa onde joga o meu filho. No entanto não exijo que ele jogue, que seja defesa ou avançado. Exijo que no treino tenha um tratamento idêntico a todos os outros, oportunidades de mostrar o seu valor e de evoluir. Exigir ao treinador, ou direcção, que seja titular, jogue sempre ou que ocupe determinada posição estou a cometer vários erros... em vez de o incentivar a trabalhar mais estou a dizer-lhe "não te esforces que isso resolve-se", em vez de lhe mostrar que ao longo da vida vai ter adversidades e obstáculos muito complicados que deve enfrentar de frente e lutar para os vencer estou-lhe a dizer "tá tudo bem a culpa é dos outros", em vez de lhe dizer que o futebol deve ser encarado como uma actividade lúdica, com objectivos e sonhos obviamente, estou-lhe a dizer "o futebol é que é importante, eu reclamo se não jogas mas não vou à escola reclamar se te ensinam pouco...", em vez de lhe dizer que ás vezes acontecem injustiças e frustrações que devemos enfrentar e tentar resolver estamos a transmitir a ideia de que tudo é fácil e se resolverá por portas travessas. A tudo isso ainda se acrescenta o facto de como pais, acreditarmos que os nossos filhos serão os futuros vencedores da bola de ouro mesmo quando parece óbvio a todos os que nos rodeiam (e ás vezes nem têm a coragem de nos acordar do sonho) que o nosso miúdo até pode dar uns toques mas ainda tem muitoooooooooo que trabalhar e aprender se quiser vir a ser um mediano jogador de futebol sénior.
À direcção, no meio de tudo isto, cabe gerir o relacionamento entre todos e servir de moderador entre as necessidades do clube, expectativas de pais e ideias de treinadores.
Posto isto, sujeitando-me ás críticas, desejo as maiores felicidades ao mister Fonseca e vou tentar fazer o meu melhor para bem da equipa e do clube.
Agora e porque aceitando a tarefa não me cabe olhar para trás mas sim motivar para seguir em frente... VAMOS A ELES!
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